A democratização da música clássica através do contexto social

Elementos da cibercultura e iniciativa municipal auxiliam na inclusão de pessoas no cenário musical
Por Lucas Grassi
A música clássica não mais se limita aos grandes salões e teatros. É possível tocar instrumentos que antes eram direcionados a espaços e pessoas determinadas, em qualquer lugar e por qualquer pessoa. Isso graças à democratização da música, que atingiu pessoas de diversos contextos e continua a se ampliar.
Essa democratização se dá, principalmente, por iniciativas que têm como objetivo trazer as mais diversas pessoas para o mundo da música. Exemplo disso, foi a criação de Programa Socioeducativo e Cultural Alimentado com Música. “Quando a Camerata tinha escassez de programação, percebi que aquele era o momento de sinalizar um caminho diferente para um público diferente e especial: as crianças das escolas públicas.”, conta Darci Almeida, coordenadora da Camerata Antiqua de Curitiba.
Outro fator responsável pela democratização do consumo e produção de música, se dá pelo fato de não se precisar mais estar presente em uma sala de aula para aprender, ou estar presente em um concerto para consumir. É possível, com a cibercultura, encontrar todo o acervo de um artista apenas com um clique, assim como é possível ter acesso a partituras e vídeo aulas, que podem dar uma noção básica do instrumento e da leitura.
A violinista da Orquestra Sinfônica do Paraná, Simone Savytzki, acredita que é preciso ter mais nacionalismo, pois isso pode democratizar as produções locais e fomentar o incentivo à cultura e à produção de arte nacional. Para a violinista, hoje em dia, no youtube, qualquer um pode aprender qualquer coisa, mas é preciso principalmente de divulgação. Tanto quando se fala de concerto, como quando se fala em artistas locais e oficinas de música. Simone ainda completa afirmando que, quando menor, se interessou em tocar violino sozinha, por conta de seus familiares que sabiam tocar. A musicista ressalta a importância do incentivo familiar no desenvolvimento da noção de arte e cultura nas crianças, que crescem e manifestam a vontade e preocupação com o patrimônio nacional de cultura.