Busca por prática de skate no Paraná cresce após Olimpíadas

Evidência do skate nos Jogos promove aumento da prática do esporte no estado
Por: Letícia Nogueira, Lorena Loiola e Vitoria Santin | Foto: Lorena Loiola
Dados confirmam que a busca e o interesse pelo skate crescem após a introdução da modalidade nas Olimpíadas 2021, em Tóquio, somado de um pico pós Jogos Olímpicos deste ano. Segundo dados do Google Trends, o termo “skate” atingiu o pico de pesquisas no dia 7 de agosto de 2024, no Paraná, quando ocorreu a estreia da modalidade de Skate Park nas Olimpíadas de 2024. Luigi Cini, skatista curitibano que participou dos Jogos Olímpicos, se encontra em destaque na plataforma, sendo considerado um aumento repentino de buscas.
As procuras pelo termo demonstram o reconhecimento e crescimento do interesse pelo esporte, que desde 2021, na sua estreia nas Olimpíadas de Tóquio, conquista admiradores.
Aumento da busca pelo Skate
Quando comparados números de 2019 e 2024, a prática da modalidade teve um aumento de 60% entre os jovens de 18 a 29 anos, de acordo com a pesquisa “Sponsorlink” realizada pela IBOPE Repucom.
A Escola de Skate Brigsk8, localizada no bairro Água Verde, revela que houve um crescimento no número de matrículas após os Jogos. “Tivemos um aumento considerável por aulas de skate durante o pós Olimpíadas, sim. Nos parece que na edição anterior, talvez por ser novidade o skate, a busca foi ainda maior.”, segundo Angelica Favretto Brignol, sócia da Escola.
Além da busca por escolas de Skate, houve aumento no público que consome campeonatos, sejam eles regionais ou estaduais, as pessoas estão mais interessadas em acompanhar. A ascensão da modalidade faz com que os atletas ganhem reconhecimento, principalmente por meio de seguidores e engajamento nas redes sociais.
Luigi, por exemplo, ganhou uma média de 64 mil seguidores durante o período olímpico, e agora, conta com 94,7 mil seguidores no Instagram. Ao analisar suas curtidas no período de um ano, observa-se que seu perfil obteve um alcance 20x maior quando comparado ao ano anterior. Em agosto de 2023, um vídeo alcançava 1.123 curtidas no Instagram do atleta. Um ano depois, sua foto de estreia nas Olimpíadas de Paris passa de 24 mil curtidas.
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Luigi acredita que os Jogos Olímpicos têm sido um grande impulso para a visibilidade do skate, mas reconhece que o esporte não deve ser moldado apenas pelo que acontece em grandes eventos: “É importante que, com toda essa atenção, a gente não perca a essência do skate, que sempre foi sobre liberdade, expressão pessoal e comunidade.”
Patrocínios
A evidência do skate na mídia, além de trazer destaque para outros campeonatos do esporte, promove o apoio de patrocínios aos skatistas. Estes, vindo de iniciativas públicas ou privadas, oferecem suporte financeiro para cobrir gastos essenciais, como o treinamento, equipamentos, viagens e competições. Tal suporte, permite que os atletas se dediquem sem constante preocupação financeira.
No Paraná, o programa Geração Olímpica e Paralímpica é o maior programa em nível estadual de incentivo ao esporte na modalidade bolsa-atleta. Criado em 2011 pelo Governo do Estado, tem grande influência na revelação de jovens atletas, além de trazer apoio e reconhecimento de estrelas já consagradas, traz inclusão e desenvolvimento educacional.
A Coordenadora do Programa Geração Olímpica e Paralímpica, Denise Golfieri, afirma que revelar um futuro talento demanda planejamento, apoio e acompanhamento. “Hoje o Paraná se vê consolidado como um verdadeiro celeiro de atletas paranaenses, com estímulo, oportunidades e condições para que, cada vez mais, os atletas mantenham dedicação efetiva à prática de suas respectivas modalidades.”
“Do ponto de vista social, o acompanhamento feito pelos gestores do Programa Geração Olímpica e Paralímpica revela outros aspectos relevantes. Por exemplo: a maioria dos atletas menores de idade é também de origem humilde. Tal fator revela o alcance, a abrangência e a importância dessa iniciativa no desenvolvimento desses talentos esportivos e na inclusão social de suas famílias por meio do esporte”, completa Denise, ressaltando a importância do acesso à todos ao esporte.
Acessibilidade no Skate
Com o skate ganhando mais reconhecimento, a necessidade de aumentar a acessibilidade cresce cada dia mais. Heverton de Freitas — skatista curitibano profissional — criou, junto a Elói de Freitas (seu pai), o programa Skate Adaptado em Curitiba. O projeto possibilita que pessoas com paraplegia, síndrome de Down e autistas tenham a experiência de andar de skate. As aulas de skate adaptado são realizadas na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico.
Além disso, Curitiba conta com mais 35 pistas públicas de skate, porém, a maior parte se encontra em processo de reforma e modernização. É importante que reformas ocorram para que os skatistas tenham pistas públicas adequadas para treino podendo assim, usufruir desse bem público.
Os serviços de manutenção são coordenados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente no qual escutam as insatisfações dos skatistas por meio do Fala Curitiba, programa de consultas públicas da Prefeitura da cidade.
Confira o mapa, e o antes e depois das principais pistas de skate de Curitiba:
Pista Skate Ambiental – 2019/2024
Pista de Skate Complexo Esportivo Tarumã – 2020/2024
Pista de Skate do Gaúcho – 2017/2024
Pista de Skate Wenceslau Braz – 2019/2024