Mídia sem voz

Por meio do portal Eleição Transparente, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) em parceria com o Google fornecem aos internautas informações sobre processos que os atuais candidatos consolidam na justiça contra os veículos de imprensa. Entretanto, não são apenas os jornalistas prejudicados pelo marketing de campanha.
O projeto tem como objetivo monitorar tentativas dos partidos políticos e seus respectivos candidatos de censurar a imprensa. As informações contidas no website podem ser vistas por meio de infográficos ou representações e ofícios, que seria a informação direta do link do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
No ranking o Paraná se mantém no topo, com 18 processos, superando o 2º lugar, Alagoas, que tem 13 processos e Maranhão com 10. Dentre os partidos aqui no Paraná, o PMDB conta com 9 ações, sendo 7 delas a mando de Roberto Requião. O PSDB aparece com 4 ações e o PT com 2.
Grandes partes dos processos são para a retirada de o que os candidatos consideram propaganda negativa. Em grande maioria, os réus são Google, Facebook, porém, o Marco Civil da Internet, garante que as empresas que oferecem serviços online não podem responder pelos atos de sua clientela.
Porém, o jornal Gazeta do Povo conta com 2 processos movidos pelo atual governador, Beto Richa e 1 movido por Requião. Todos três são ações para conseguir direito de resposta. Dos quais foram indeferidos, pois não se referiam à ação política do candidato, mas sim a sua honra.
Aonde a ferida dói
O blogueiro curitibano Luiz Skora já vem enfrentando problemas com políticos (Ratinho Jr.) desde 2012, porém, naquela época foi designado a pagar 6mil Reais. Atualmente, Skora aguarda o fim dos processos, que já passaram em primeira instância. Para o blogueiro, o que ele fez foi romper com o ideal de boa imagem do candidato. “Bom, políticos são nada mais que vendedores e o produto que vendem é a sua imagem, principalmente em época de eleições. A judicialização é a ferramenta mais cômoda para o político se defender. Na imensa maioria das vezes o político é uma farsa, tenta passar a seu potencial eleitorado uma imagem que não condiz com a realidade”.
Skora comenta que assim a democracia fica abalada, porque se nem um suposto representante do povo consegue respeitar os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos, imagine governar. “Rebater as críticas e acusações no veículo que o acusou porque sabe que corre o risco de ser desmascarado se fizer isso. E se, por acaso, garantir judicialmente o direito de resposta, ele faz o que bem entender neste espaço e dificilmente vai se defender das acusações. Vai sim, usar aquele espaço para fazer campanha e tentar desqualificar o veículo que supostamente o ofendeu”.