URBS retém horário do Norte/Sul

por Gustavo Malinowski
URBS retém horário do Norte/Sul

A Linha que substituiu o antigo Santa Cândida/Praça do Japão, implantada no começo desde ano trouxe economia de tempo e facilidade aos usuários, mas é alvo de reclamações.

Por Gustavo Malinowski | Foto: Gustavo Malinowski

O ligeirão Norte/Sul foi uma das grandes novidades da URBS para 2024. A empresa chegou a projetar uma economia no trajeto entre os terminais do Santa Cândida ao Pinheirinho, reduzindo em até 15% o tempo de viagem, que geralmente demora mais de uma hora. Além de visar uma viagem mais tranquila e cômoda, trazendo a promessa de ônibus mais vazios e com maior mobilidade  para os passageiros. Embora traga mais agilidade, a nova linha vem sofrendo muitas críticas por não operar no domingo e nos dias úteis após às 21 horas.

O analista de planejamento comercial Lucas Bartosievicz é usuário do eixo Norte/Sul há 8 anos. Ele diz que “o ganho de tempo é significativo”. Também destaca que ao chegar no tubo Oswaldo Cruz, onde aguarda seu próximo ônibus, começa um certo desconforto, pois “grande parte do tempo ganho utilizando o ligeirão é perdido aguardando o expresso”. No fim da tarde, ao voltar para casa, ele utiliza apenas o expresso Pinheirinho/Rui Barbosa, no qual cita esperar quase meia hora a mais para voltar para casa. “Já experimentei descer no tubo Oswaldo Cruz sentido Pinheirinho para pegar o ligeirão no pico da tarde, mas o tubo fica extremamente lotado”.

Um cobrador que preferiu não ser identificado e trabalha no tubo da Praça Eufrásio Correia, em frente ao Shopping Estação e UTFPR, diz que “muitas pessoas perguntam se o último Norte/Sul passou e reclamam por não tê-lo à disposição”. Uma das observações é que o ligeirão não atende a alta demanda da saída do shopping e da universidade que ocorrem após o último ônibus da linha, onde muitas pessoas acabam perdendo essa economia de tempo. Lembrando que desde o dia 13 de abril a linha opera aos sábados das 5h45 até 20h, contando com uma frota de 13 veículos.

 

Novo BRT Leste/Oeste

O projeto de requalificação do BRT irá fazer mais de 20 quilômetros de canaletas, além de reformar 34 estações, três terminais e construir outros dois. Além da construção do novo terminal do Capão da Imbuia, que tem a expectativa de atender quase 50 mil passageiros por dia útil, a conclusão está prevista para o início de 2026. Quando concluído, o trajeto do Ligeirão entre o Terminal de Pinhais e o CIC Norte será 23 minutos mais rápido.

Junto com o novo Inter II, que atualmente transportam 155 mil passageiros por dia, pretendem transportar 181 mil passageiros diariamente. Serão realizadas melhorias em 70 km de vias, incluindo a criação de 30 km de faixas exclusivas para ônibus e a construção de 13 novas estações, além de um mini-terminal.

URBS abre o ano com prejuízo histórico

Último ano de Rafael Greca, como prefeito de Curitiba e penúltimo ano da atual concessão da URBS é marcado pelo pior começo de ano da empresa.

Em 2024, a URBS abriu o ano com um prejuízo superior a R$ 50 milhões e com a segunda maior da tarifa técnica, valor pago às concessionárias, da história da empresa no valor de R$ 8,30. Contudo a média do primeiro trimestre do ano caiu de R$ 7,46, em 2023, para a média de R$7,32, tendo de abril como o mês chave para a redução no período, visto que no ano passado só o mês de abril foi responsável por mais de R$ 20 milhões em dívidas.

Apesar do Custo/Km, uma das métricas usada para definir o valor da passagem, não ter aumentado nem diminuído tanto nos últimos anos, o principal fator foi a falta de usuários, média que nos primeiros meses deste ano ficou em 10 milhões de passageiros por mês. Embora tenha sido superior ao começo de 2023, ainda é inferior a 2022 e no período anterior a pandemia, que era de 15 milhões de passageiros por mês. 

 Mesmo com esses números, Greca afirma: “Não temos aumento, temos condição de fazer isso neste ano”. A URBS conta também com um subsídio de R$ 60 milhões da prefeitura para o ano de 2024. O presidente da URBS, Maia Neto, declarou: “Vamos buscar ainda recursos do governo federal para bancar a gratuidade dos idosos. Somente o subsídio federal à gratuidade pode significar, para Curitiba, de R$ 60 milhões a R$ 70 milhões em 2024”.

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