Escassez de medicamentos liga alerta em relação a epidemias no Paraná

Sem previsão para reabastecimento, consumidores e farmacêuticos se preocupam com os recentes casos virais
Por Cristian Mateus, Isadora Miranda e Mariana Machado / imagem: pixabay
O Paraná vem sofrendo com a escassez de medicamentos nas prateleiras das farmácias desde o mês de abril deste ano, problema gerado pela falta de insumos vindos da Ásia. Desde analgésicos a antibióticos, foram relatadas ao menos 40 carências de diferentes medicamentos nos estoques de drogarias.
A falta de remédios afeta principalmente farmácias e hospitais. Segundo o CFF/PR (Conselho Federal de Farmácia pelo Estado do Paraná), a dificuldade de obter insumos vindos da China e Índia está prejudicando a produção desses medicamentos. Donos de farmácias afirmam que não estão conseguindo encontrar alguns remédios para repor os estoques.
O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF/PR) alerta que ao menos 40 medicamentos estão em falta no Paraná. A farmacêutica Rosane Zampier, da cidade de Mallet, no interior do estado, afirma que remédios para problemas respiratórios e resfriados são os mais procurados e estão em falta nas distribuidoras. Amoxicilina, Astro e Cefalexina são alguns dos antibióticos que não estão sendo encontrados nas farmácias.
A escassez dos remédios afetou também as gestantes, que muitas vezes tomam remédios específicos. Esse é o caso de Deise Bataglin, que precisava de injeções para previnir a trombofilia devido a sua gestação de risco, já que ela tem 38 anos e seu histórico familiar. Indicado por um obstetra, a injeção precisa ser usada diariamente durante a gestação e puerpério (período de 40 dias após o parto), a medicação enoxaparina sódica, possui alto valor e estava em falta crônica, fazendo com que Deise levasse seu caso à justiça e conseguisse através de um processo que o Ministério da Saúde do Brasil providenciasse as injeções a curto prazo.
Ainda não há previsão para o restabelecimento do setor de distribuição dos remédios. Em nota, o Consórcio Intergestores Paraná Saúde, responsável por adquirir medicamentos para os municípios consorciados, comunica que tem acompanhado o comportamento do mercado para amenizar o atraso nas entregas dos remédios para 398 cidades do estado.
A Secretaria do Estado de Saúde (Sesa/PR) orienta que caso o consumidor encontre problemas com o abastecimento de um medicamento, a substituição deve ser feita desde que o fornecimento da opção terapêutica esteja regularizado.