“Triangle of Sadness” se consagra como o grande vencedor do Festival de Cannes 2022

por Luís Gustavo Bocatios
“Triangle of Sadness” se consagra como o grande vencedor do Festival de Cannes 2022

Filme rendeu ao cineasta sueco Ruben Östlund sua segunda Palma de Ouro

Por Luís Schuh Bocatios | Foto: Valery Hache / AFP

Depois de consagrado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, realizado entre 17 e 28 de maio, o filme “Triangle Of Sadness” é aguardado pelo público nas salas de cinema. O longa, dirigido pelo sueco Ruben Östlund, ainda não tem data prevista para chegar às telonas. O mesmo ocorre com os outros filmes de distintas escolas de cinema que foram exibidos na Riviera Francesa para críticos e cinéfilos do mundo inteiro.

O diretor de “Triangle of Sadness” já havia vencido a Palma de Ouro por “The Square: A Arte da Discórdia”, em 2017. Em seu novo filme, conta a história de um casal de modelos que atende a um cruzeiro de luxo e, após o naufrágio, se encontra isolado em uma ilha deserta, na qual a hierarquia social é inversa. Os ricos não saberiam como sobreviver se não fosse pela ajuda do faxineiro, que sabe como pescar. O longa é estrelado por Harris Dickinson, Charlbi Dean Kriek e Woody Harrelson.

O Grand Prix do júri, segundo prêmio mais importante da noite, foi dividido entre “Close”, de Lukas Dhont, e “Stars At Noon”, de Claire Denis. Tanto na mostra competitiva quanto na “Un Certain Regard”, o festival prestigiou filmes de diretores estreantes e outros que não costumam ter espaço em festivais, por utilizarem uma linguagem mais rebuscada ou alternativa. Além disso, houve exibições de novos trabalhos de cineastas consagrados, como David Cronenberg, George Miller e James Gray.

O Prêmio do Júri, terceiro lugar, também foi dividido. Os vencedores foram “Hi-Han”, do veterano Jerzy Skolimowski, e “Le Otto Montagne”, de Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen.

Após vencer a Palma de Ouro em 2019 com “Parasita”, o cinema coreano voltou a marcar presença no festival. Pelo drama “Decision To Leave”, o diretor Park Chan-Wook – responsável por filmes como “Oldboy” e “A Criada”, – venceu o prêmio de melhor direção. Além disso, o prêmio de melhor ator ficou com Song Kang-Ho – que também é o protagonista de “Parasita” – pelo filme “Broker”.

Fechando os prêmios da mostra principal, a iraniana Zar Emir Ebrahimi venceu a categoria de melhor atriz pelo filme “Holy Spider”, e o cineasta egípcio Tarik Saleh ficou com o prêmio de melhor roteiro, pelo drama “Boy From Heaven.

Na mostra “Un Certain Regard”, o grande vencedor foi o francês “Les Pires”, de Lise Akoka e Romane Gueret. O Prêmio do Juri foi para o longa paquistanês “Joyland”, de Saim Sadiq, enquanto o cineasta romeno Alexandru Belc ficou com o prêmio de melhor direção.

Na categoria de melhor performance, a atriz Vicky Krieps e o ator Adam Bessa dividiram a estatueta pelos filmes “Corsage” e “Harka”, respectivamente. O prêmio de melhor roteiro ficou com o drama “Mediterranean Fever”, de Maha Haj, e o prêmio Coup de Coeur foi para “Rodeo”, de Lola Quivoron.

Outros filmes que deram o que falar

Como de costume, vários diretores consagrados usaram o Festival de Cannes para a estreia de seus novos trabalhos. Um deles foi o lendário David Cronenberg, que estreou o sci-fi de horror “Crimes Of The Future”, com Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart. Mais um exemplar do gênero que o diretor trabalha como poucos, o longa conseguiu uma aprovação de 82% no agregador de críticas Rotten Tomatoes.

Outro veterano presente em Cannes foi o australiano George Miller, responsável pela saga Mad Max, com o drama de fantasia “Three Thousand Years Of Longing”. Extremamente elogiado por seu visual imaginativo, o longa atingiu uma aprovação de 62% no Rotten Tomatoes.

Mesmo sem ter recebido nenhum prêmio, um dos filmes mais comentados do festival foi o drama “Armageddon Time”. Dirigido por James Gray – conhecido por obras como “Os Amantes”, “Os Donos da Noite” e “Ad Astra” -, o longa trata sobre relações raciais nos Estados Unidos, por meio da amizade entre dois adolescentes. Mesmo tendo gerado reações diversas e muito fortes, o drama conseguiu a altíssima aprovação de 90% no Rotten Tomatoes.

Os filmes que estrearam no Festival de Cannes ainda não tem data para estrear no Brasil, mas, considerando a publicidade gerada pelo festival, é de se esperar que cheguem ao país ainda neste ano.  

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