Mostra no Cine Passeio relembra o cinema de Andrei Tarkovsky

Evento terá início nesta quinta-feira, contará com a exibição de todos os filmes do diretor e vai até 04 de maio
Por Luís Schuh Bocatios
O Cine Passeio iniciará nesta quinta-feira (21) uma mostra em homenagem ao diretor russo Andrei Tarkovsky, responsável por clássicos do cinema como “Solaris” (1972), “O Espelho” (1975) e “Stalker” (1979).
O evento contará com a exibição de todos os longas do cineasta, incluindo sessões gratuitas de “Nostalgia” e “O Sacrifício”, às 17h dos dias 23 e 24 de abril. As outras obras do cineasta terão duas projeções ao longo da mostra, e os ingressos custam R$ 16 (inteira) na terça e na quarta-feira, e R$ 20 (inteira) de quinta à domingo.
As exibições ocorrerão na sala Cine Luz, que pode receber até 90 pessoas, e no espaço Valêncio Xavier, que comporta em torno de 50 espectadores. Os ingressos já estão a venda, algumas sessões já estão com a maioria dos ingressos vendidos. O Cine Passeio fica na Rua Riachuelo, 410, no Centro.
Quem é Andrei Tarkovsky?
Um dos cineastas mais influentes de todos os tempos, Tarkovsky iniciou sua carreira em 1956 com o curta “The Killers”. Em 1962, para seu trabalho de conclusão do curso de cinema, realizou “O Rolo Compressor e o Violinista”, que lhe deu créditos o suficiente para que pudesse realizar seu primeiro longa metragem, que viria a ser “A Infância de Ivan”, de 1962. Quatro anos depois, o drama histórico “Andrei Rublev” tornou seu nome conhecido internacionalmente. Com o prestígio adquirido, o russo realizou a ficção científica “Solaris” e o drama autobiográfico “O Espelho”, frequentemente citados por críticos e cineastas como dois dos melhores filmes de todos os tempos. “Stalker”, de 1979 – também citado como um de seus melhores filmes – marcou o último filme realizado pelo cineasta na União Soviética, pois, no ano seguinte, problemas com a censura o levaram a deixar o país. Em 1983, dirigiu “Nostalgia”, que teve suas locações na Itália. Em 1986, lançou “O Sacrifício”, seu último filme, realizado inteiramente na Suécia.
Conhecido por filmes profundos que tratam de temas universais – como a solidão, a nostalgia e a morte -, o cineasta tem como suas marcas principais o uso de planos longos e planos sequência e a maneira como retrata a passagem do tempo. Esse elemento de sua filmografia gerou o livro teórico “Esculpir o Tempo”, no qual o diretor versa sobre as maneiras de retratar o tempo no cinema.
De dez em dez anos, a revista Sight & Sound divulga uma lista com os cem melhores filmes de todos os tempos, segundo diretores e críticos de cinema. A lista de 2012 – última divulgada até o momento – contou com três filmes de Tarkovsky: “O Espelho” (1975) ficou em décimo nono lugar, “Andrei Rublev” (1966) ocupou a vigésima sexta posição, e “Stalker” (1979) apareceu na vigésima nona colocação.
Tarkovsky morreu em 1986, mas – como prova a mostra em sua homenagem – seu trabalho continua sendo descoberto e celebrado por novas gerações de cinéfilos.