Polícia prende 11 suspeitos de pedofilia no Paraná

No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, investigação de violência sexual é concluída com sete suspeitos na capital.
Por Julia Barossi | Foto: Polícia Civil
Nesta terça-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a Polícia Civil concluiu investigação que prende 11 suspeitos de envolvimento em crimes sexuais por todo o estado do Paraná. A operação que começou na última semana e terminou hoje foi realizada nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Paranaguá. Além disso, sete pessoas ainda estão foragidas pelo estado. Nos casos, os abusadores são a maioria pais e tios das crianças.
Dentro dos casos condenados, há o de uma mãe que tirava fotos sensuais de sua filha de onze anos e as vendia para o mercado negro. As imagens eram fornecidas para divulgação de pornografia infantil. Em 2017, após investigação, essa mulher foi presa por apenas seis dias e acabou sendo liberada. Hoje, ela foi condenada e presa novamente.
Prefeitura realiza trabalho de acolhimento às vítimas de abuso e exploração sexual
A Prefeitura de Curitiba recebeu, desde o início do ano, 14 denúncias de suspeita de violência sexual e nove delas foram acolhidas para proteção. Esse trabalho é feito pela Rede de Proteção do Munícipio.
Dentro de 72 horas após a denúncia, as vítimas são encaminhadas para a área de saúde da rede municipal para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e para o uso de contracepção de emergência. Os hospitais que realizam o atendimento são divididos por categoria: Hospital Pequeno Príncipe, para crianças de até onze anos; Hospital de Clínicas de Curitiba, para vítimas maiores de doze anos e o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, apenas para meninas acima de doze anos. A vítima continua sendo atendida pela Unidade Básica de Saúde e após os procedimentos, é necessário realizar um Boletim de Ocorrência.
Segundo a promotora de Justiça Josilaine Ateleia de Andrade Cesar, do Ministério Público do Paraná, em entrevista cedida ao MP no Rádio, é perceptível que o grande número de casos são de abusos dentro dos ambientes domésticos, de forma clandestina. Uma das formas de descobrir quando há exploração sexual é pelo relato espontâneo da vítima para a rede de criação. Se no seu ambiente de ensino tiver questões e debates sobre sexualidade, questões de gênero e aprendizado sobre o próprio corpo, a criança e/ou adolescente consegue identificar o que é ou não forma de demonstrar carinho, e é possível que ela relate ao professor em casos de abuso.
Durante a pandemia, o número de casos de violência sexual diminuiu; a promotora de Justiça Luciana Linero, em entrevista para o portal de notícias do MPPR, conta que é uma possibilidade que esse baixo número esteja relacionado ao fato de que não há denúncias e/ou relato espontâneo, pelo fato de que as vítimas estão em casa, longe do ambiente escolar e de proteção.
É importante que os pais, principalmente na pandemia, fiquem atentos à relação dos seus filhos com a internet e com as mudanças de comportamento, denunciando à Polícia Civil do Paraná assim que houver alguma suspeita.
Para realizar a denúncia:
- Disque Direitos Humanos – 100
- Disque Denúncia – 181
- Polícia Militar – 190
- Conselho Tutelar
- Ministério Público
- Nucria
As denúncias podem ser feitas de forma anônima.