Startups crescem 34% no Brasil e já somam 741 em 2020

por Isabelle Almeida
Startups crescem 34% no Brasil e já somam 741 em 2020

O mercado de fintechs movimentou mais de US$ 2,5 bilhões no país de 2015 a 2020

Por Isabelle Almeida

O número de startups no Brasil aumentou 34% de janeiro de 2019 a março de 2020, segundo a pesquisa Fintech Mining Report realizada pela agência de comunicação de dados Distrito. Um dos maiores destaques para esse modelo de negócio são as fintechs, startups que trabalham para inovar e otimizar os serviços do sistema financeiro. O país possui hoje aproximadamente 741 empresas voltadas a esse ramo, até o início de 2019 eram aproximadamente 400.

De acordo com a pesquisa divulgada em maio, os investimentos no mercado de fintechs movimentou mais de US$ 2,5 bilhões de 2015 a 2020. Dentre as empresas que mais receberam investimentos nesse setor estão o NuBank e a Creditas, duas fintechs que juntas somam mais de US$ 11 bilhões. Só em 2019 o setor concentrou 35,6% do capital investido por todas as startups nacionais.

Para João Tosin, 29, empresário, CEO e CO-Fundador da Celero Automação Financeira, o mercado de fintechs no Brasil é muito promissor. “Grandes investimentos foram realizados nessas empresas nos últimos anos, sem dúvida é um mercado que não tende a parar de crescer tão cedo.” Tosin ressalta que o Brasil tem um dos sistemas financeiros mais robustos do mundo e que as fintechs podem substituir as formas de pagamentos convencionais. “Não significa que vai ser do dia para a noite, mas o próprio PIX surgiu da adesão dos brasileiros a meios de pagamento digitais.”

Dentre as 741 startups brasileiras, 122 se enquadram na categoria Meio de Pagamentos o que representa 16,4% do total, como mostra a pesquisa Meios de Pagamento & Mobile Payment (Distrito) divulgada em setembro. Os dados apontam um crescimento de 200% desde 2011, quando os smartphones se popularizaram no Brasil. Esse aumento no número de fintechs se deve a alta concorrência que as agências reguladoras procuram incentivar com o intuito de colocar um fim as exclusividades entre bandeiras e adquirentes.  

Cristiana Junqueira, cofundadora do Nubank, contou em uma live em seu instagram no dia 13 de maio, que “o Nubank nasceu de um inconformismo com relação aos serviços bancários, os bancos e instituições financeiras cobram tarifas altas e oferecem serviços e experiências ruins aos usuários.” Esse foi um dos motivos que impulsionou os três empresários, Cristina, David Vélez e Edward Wible a iniciarem com a startup. O cenário mostra como surgem as fintechs e os problemas que elas tentam resolver para o usuário.

Para Bernardo Ferrari, 25, estudante de Tecnologia, as fintechs são ferramentas acessíveis que disponibilizam melhor comodidade para o usuário que está cansado dos bancos convencionais. “Um diferencial das contas online é que elas possuem um atendimento personalizado. Eu estava cansado de pagar altas taxas, por isso migrei para as contas digitais”. O jovem que é cliente NuBank desde 2015 comenta que é um dos melhores que utiliza. “Eu tenho mais de dez contas, posso dizer que o NuBank oferece bons serviços, apesar de que algumas coisas como cobrar a taxa por um cartão novo me incomode um pouco. Mas o atendimento é um dos melhores.”

A pesquisa divulgada em setembro também apontou que foram investidos mais de US$ 120 milhões em fintechs de Meios de pagamento no Brasil desde 2015. No início de 2020, o Whatsapp anunciou que iria começar a oferecer uma plataforma para realizar transações financeiras, o que aqueceu ainda mais o mercado financeiro das startups, possibilitado pagamentos ainda mais rápidos.

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