Depois de alerta laranja para Covid-19, Prefeitura de Curitiba sinaliza possibilidade de lockdown

por Allanis Bahr Menuci
Depois de alerta laranja para Covid-19, Prefeitura de Curitiba sinaliza possibilidade de lockdown

Mesmo com ocupação de 85% dos leitos de UTI destinados a pacientes infectados, a capital paranaense ainda enfrenta pressão para reabertura do comércio

Por: Allanis Menuci / Foto: Banco de Imagens Canva.

Depois de atingir um índice de ocupação de 85% dos leitos de UTI destinados a pacientes de Covid-19, a Prefeitura de Curitiba não descarta a possibilidade de decretar lockdown. A sinalização ocorre no mesmo momento em que moradores da cidade vivem a primeira semana sob os efeitos do alerta laranja decretado na última sexta-feira (13), quando o número de casos confirmados chegou a 1.777. Com atualmente 89 mortes causadas pelo novo coronavírus, Curitiba conta com 368 pessoas internadas e poucos leitos disponíveis para o tratamento e recuperação dos infectados (UTI).

Desde a primeira pessoa contaminada pela Covid-19 em Curitiba, em março, a situação tanto da cidade quanto do Paraná era anunciada pelas autoridades  de saúde como controlada. No entanto, após um relaxamento da quarentena pelos curitibanos e os comércios, a situação se agravou e, atualmente, Curitiba está enfrentando uma situação de emergência. 

Após uma reunião realizada nesta quarta-feira (17), o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, prefeitos de cidades do entorno e o governador do estado, Ratinho Júnior, anunciaram que Região Metropolitana de Curitiba (RMC) passará a seguir um protocolo único com o objetivo de conter o avanço do novo coronavírus. Entre as novas regras, as cidades que envolvem a RMC, bem como a capital paranaense, devem seguir o mesmo horário de funcionamento de comércios e serviços, além de serem definidas as atividades que poderão ou não estar abertas. De acordo com a Prefeitura de Curitiba, as regras devem ser publicadas na sexta-feira (19).

Até agora, houve 1.456 solicitações de denúncias para estabelecimentos que não estavam cumprindo as normas da Secretaria da Saúde. Além disso, 32 estabelecimentos comerciais já tiveram suas atividades paralisadas pela guarda municipal por estarem infringindo as regras propostas para prevenção e contenção do novo coronavírus. Os principais estabelecimentos que sofreram denúncias foram as academias e os bares, que contavam com aglomerações de pessoas e irregularidades em relação às regras e procedimentos de higiene e segurança.

 O setor mais afetado pela quarentena é, certamente, o terciário. Estes, que estão tendo que se adaptar aos decretos de higiene por conta da taxa de contaminação, estavam quase por sua totalidade em funcionamento, trabalhando com horários diferenciados e todas as medidas anti-aglomerativas, sob o alerta amarelo (condições dependentes da Resolução 01/20 e Protocolo Sanitário e Social). Com novas normas entrando em vigor na última segunda-feira (15), foram estabelecidas restrições para o comércio. Segundo o Decreto 744 da Secretaria de Saúde de Curitiba de 13/06, atividades como cabeleireiros, feiras de artesanato e serviços imobiliários têm a recomendação de permanecerem suspensos. Estabelecimentos como shoppings centers, centros comerciais e lojas de material de construção terão que reduzir o horário de funcionamento (confira os horários ao final da matéria). Por fim, academias, entretenimento, clubes, igrejas e afins, instituições de ensino e bares – bem como atividades similares – devem mandatoriamente permanecer fechados até segunda ordem. 

No último fim de semana, o anúncio de decreto de alerta laranja levou donos de academias a realizar um protesto em frente ao apartamento do prefeito Rafael Greca no Centro de Curitiba. Os empresários reivindicavam a reabertura dos serviços. Propostas foram debatidas sobre o funcionamento de espaços esportivos e academias no geral. Uma das medidas adotadas foi a obrigação de adesão das academias a um Termo de Responsabilidade Sanitária para o Enfrentamento da Covid-19. O documento é obrigatório para a abertura de academias e serviços do setor esportivo.

O que funciona

Em relação aos mercados, não há um limite de pessoas estabelecido oficialmente pela Secretaria de Saúde do Paraná. No entanto, a Resolução 01 de 26 de março de 2020 decreta a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos e coletivos, bem como o distanciamento social de pelo menos 1,5 metros entre as pessoas e a distribuição de álcool em gel 70% e máscaras para todos os funcionários durante o horário de trabalho. A abertura de restaurantes está permitida, dentro do horário de funcionamento estabelecido (11h – 15h). Ainda, está proibido o sistema de buffet e self-service em restaurantes, padarias, lanchonetes e similares. 

Os shoppings poderão funcionar de segunda a sexta, das 12h até as 20h, e nos finais de semana devem permanecer fechados. Galerias e centros comerciais possuem o mesmo horário de funcionamento que os shoppings. Ambos devem restringir o funcionamento das praças de alimentações para apenas entre 12h e 15h, sendo após este somente o funcionamento por delivery. Lojas de materiais de construção e comércios fora de shoppings poderão abrir das 10h até as 16h em dia de semana e, aos sábados e domingos, o primeiro pode funcionar das 9h até as 13h.

A Prefeitura de Curitiba ainda não possui o balanço dos resultados do decreto de alerta laranja, que está em vigor desde segunda-feira (15) na capital paranaense.

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