Manifestação antirracista e contra Bolsonaro reúne 500 pessoas em Curitiba

Ato foi pacífico e contou com grande efetivo policial até a dispersão
Por Guilherme Araki | Foto: Guilherme Araki
No último domingo (7), cerca de 500 manifestantes se concentraram na praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, para pedir igualdade racial e se manifestar contra o governo Bolsonaro. Foram lembrados os nomes de vítimas da violência policial no Brasil como João Pedro, de 14 anos; e Ágatha Félix, de 8 anos. Cartazes também traziam o nome de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018 em um crime que ainda é investigado.
A manifestação foi convocada pela internet com o nome de “Ato 07/06 Vidas Negras Importam – Fora Bolsonaro”. Fizeram-se presentes movimentos sociais, coletivos e partidos políticos.
Desde a concentração, o ato, marcado para começar às 14h, contou com intenso efetivo policial. As ruas que dão acesso à Santos Andrade foram fechadas e todos que entravam na praça eram revistados.
Em torno de 16h30, o grupo deixou a praça e caminhou cerca de 2 km por ruas próximas até a Avenida Cândido de Abreu. A caminhada parou em frente ao Palácio Iguaçu, onde a tropa de choque aguardava os manifestantes.
Ao longo do trajeto, a manifestação foi acompanhada por viaturas, motos, cavalaria, helicóptero e até drone da Polícia Militar. “A última vez que vi tantos policiais foi no massacre contra os professores em 2015”, contou um manifestante que preferiu não se identificar.
O ato foi encerrado com palavras de ordem contra a Polícia, pela vida da população negra e contra o presidente Jair Bolsonaro. Manifestantes se ajoelharam em frente à policiais com escudos, repetindo cenas que vem acontecendo em diversas cidades após o assassinato do ex-segurança negro George Floyd, morto pela polícia em Minneapolis, Estados Unidos, em 25 de maio.
Não houve registro de confusão ou vandalismo. Foram detidas 8 pessoas durante as abordagens próximas à praça. Sete por portar drogas e uma por porte de arma branca. “Os encaminhamentos que tivemos foram resultado das abordagens preventivas, para evitar que os manifestantes portassem ilícitos ou objetos que pudessem ser utilizados para machucar outras pessoas durante uma eventual confusão”, ressaltou o comandante do 1°CRPM, Coronel Hudson Teixeira ao Jornal Plural.
Após a dispersão, um manifestante negro acusou policiais de racismo após ser parado e revistado com a alegação de ter um volume em sua roupa. “O jovem preto brasileiro não pode ter um volume em sua blusa que é sinal de quê? Que vai matar? Que vai roubar? Que está armado?” Questiona o manifestante enquanto os policiais olham seu documento, em vídeo que circula nas redes sociais.