Empresários pedem autorização para reabrir shopping centers de Curitiba

O funcionamento desses espaços está proibido desde 19 de março por decreto estadual que procura reduzir aglomerações e conter a propagação do novo coronavírus
Por Vanessa Guimarães e Noel Junior | Foto: Pixabay
Dirigentes da Associação Comercial do Paraná (ACP) apresentaram nesta semana aos governos do Paraná e do Município de Curitiba um pedido de reabertura dos shopping centers da capital. O assunto foi discutido em uma reunião da qual participaram representantes do Executivo estadual, da Prefeitura de Curitiba e de instituições da sociedade civil.
A ACP já havia encaminhado um ofício à Prefeitura Municipal de Curitiba no mês passado, solicitando uma flexibilização responsável para abertura de shopping centers e galerias. A sugestão era de que o retorno ocorresse gradualmente, assim como no Mercado Municipal da Capital, que está em funcionamento desde 8 de março. Os comerciantes justificam que os shoppings de outros municípios já adotaram as medidas e estão em funcionamento. É o caso de cidades como Foz do Iguaçu, Maringá, Cascavel, Londrina e Ponta Grossa.
Dentre as medidas sugeridas pela ACP, estão a redução do horário de atendimento, instalação de cabines de desinfecção, medição de temperatura dos frequentadores, limitação de entrada de clientes dentro dos shoppings e lojas de acordo com a área dos estabelecimentos, vigilância no uso de máscaras, orientação no distanciamento entre frequentadores e protocolos de higienização de máquinas e equipamentos disponíveis ao público. O documento é resultado de uma reunião realizada na semana passada por proprietários, lojistas e gestores dos shopping centers da cidade com diretores da ACP.
O presidente da ACP, Camilo Turmina, argumenta que o comércio de rua de Curitiba voltou a funcionar em 17 de abril, respeitando o distanciamento social e cuidados com a higiene para a prevenção do coronavírus.
O vice-governador, Darci Piana, reconhece que a redução da atividade econômica afeta os cofres públicos. A receita do Paraná sofreu um decréscimo de 26% desde o início da pandemia, segundo declaração de Piana para a Agência de Notícias da ACP. O representante da prefeitura de Curitiba presente na reunião, Luiz Fernando Jamur, disse que a maior preocupação é com a aglomeração nos transportes coletivos.
Funcionários de lojas se dividem entre o receio do contágio e a preocupação com a manutenção do emprego. O jovem aprendiz Lucas Maestrelli, que trabalha na Havan do Shopping Ventura, foi liberado para ficar em casa. Ele conta que a loja está funcionando em horário reduzido e com limite para a entrada de clientes. Maestrelli afirma ser favorável à reabertura do shopping, mas hesita por medo de contrair o vírus e transmitir para a família.
Na reunião em que discutiram a possibilidade de os shoppings voltarem a funcionar, os representantes do comércio e autoridades públicas definiram um protocolo de biossegurança a ser seguido pelos estabelecimentos. As medidas são as mesmas da carta, incluindo a ampliação do espaçamento entre as mesas da praça de alimentação, proibição de atividades que geram aglomeração (como cinema e atividades infantis) e a retirada de bancos e sofás dos corredores. A expectativa é de que a liberação possa ocorrer ainda nesta semana.