Aplicativos de entregas são solução de comerciantes durante a quarentena

Utilização das ferramentas de venda online cresceram e após o fim da pandemia pode seguir movimentando
Por Herick Pires, Isadora Mendes e Raíssa Micheluzzi
Durante o isolamento social provocado pelo COVID-19, comerciantes tiveram que fechar suas lojas, mas encontraram em aplicativos de venda e entrega, e até mesmo nas redes sociais, a solução para não falirem. Essas estratégias estão salvando pequenas empresas neste período, e podem acabar virando um hábito de consumo para pessoas que buscam praticidade, já que não precisarão mais sair de suas casas para adquirir algum produto.
A previsão temporária é que o fechamento de comércios afete a economia futuramente, impactando na queda do PIB, prevista para 5,3% em 2020 pelo FMI. No aspecto social, quarentena causará também o aumento das taxas de desemprego esse ano. ”O encerramento das atividades dos pequenos comércios e a restrições para a atividades dos trabalhadores informais, contribuíram para o incremento da taxa de desemprego. O impacto social é visível nas filas que a população está fazendo, em buscas do benefícios na caixa econômica Federal”, como aponta o economista Ricardo Kureski.
A impossibilidade de sair de casa para fazer compras, até mesmo as não essenciais, afetará também o hábito de consumo da população, segundo Kureski. “Mesmo com abertura de shoppings, os hábitos devem mudar. Deverá haver maior consumo de bens e serviços pela internet”.
Segundo pesquisa feita pelo Opinion Box, 65% dos entrevistados deixaram de realizar atividades como frequentar shoppings e lojas de rua e passaram a optar pelos serviços em delivery. Serviços como farmácia, supermercado e alimentação foram os que mais cresceram em acessos e pedidos online durante a pandemia.
A comerciante Franciele Martins dos Santos é dona de uma loja de cosméticos e realiza vendas online por meio de suas redes sociais há pelo menos três anos. Devido às medidas de isolamento, ela teve que movimentar o catálogo de produtos pela internet, mantendo o negócio ativo nesse momento. “Acredito que tanto eu quanto os outros comerciantes da região estamos nos adequando a esse novo contato mais digital para conseguir lidar com tudo”.
O empresário Waldemar Simão Júnior relata a mesma situação em sua franquia de sorveterias, que tem trabalhado com pedidos delivery. Ele afirma que, nesse período de isolamento, ocorreram mudanças nas formas de retirar e entregar os produtos por conta das orientações de distanciamento. Os aplicativos de entrega, que já utilizava em sua empresa, criaram um fundo com um percentual da comissão deles nas vendas, destinado aos entregadores que não consigam trabalhar durante a pandemia.
Apesar dessas medidas, Simão declara que teve que adaptar seu negócio às medidas padrões de outra franquias da marca, e utilizar de novos aplicativos para a entrega como o 99 Food. “Basicamente a nossa demanda funciona da mesma maneira que do outro aplicativo, porém ainda encontramos dificuldades iniciais como falta de um canal ágil de comunicação e com as possibilidades limitadas a demanda de nosso cardápio.”
A experiência de vendas e entregas online movimentadas pela pandemia, trouxeram para alguns comerciantes uma nova perspectiva de vendas e de mercado. Danielle Matye Makiyama que é dona de uma loja de roupas em um shopping acredita que mesmo com a possibilidade da queda nas vendas do seu setor, as ferramentas de venda online serão uma inovação para o mercado. “As vendas online vão seguir, com certeza. Eu já venho pensando desde o ano passado e agora com a pandemia, consigo enxergar que vale a pena e é o mercado do futuro. É algo que se eu não acompanhar eu ficarei para trás”
Para os consumidores, as compras online podem ser uma opção mais confortável para seu dia a dia, pois com um click é possível adquirir produtos que serão entregues nas portas de suas casas. Ariana Soares da Conceição, que realiza compras online, acredita que mesmo que tudo volte ao normal após a quarenta, as duas formas de consumo podem caminhar juntas. “Acredito que as compras online e presenciais vão se unir e os dois modelos vão trabalhar cada vez mais juntos. Eu pretendo utilizar os dois métodos.”
Veja como os comerciantes estão realizando as entregas nesse momento :