Morre primeiro profissional da saúde em Curitiba vítima do novo Coronavírus

por Mariana Alves de Oliveira
Morre primeiro profissional da saúde em Curitiba vítima do novo Coronavírus

Valdirene Aparecida de 40 anos era enfermeira e portadora de diabetes

Por Julia Mello, Leonardo Henrique e Mariana Alves  | Foto: Pixabay

Ocorreu a primeira morte de uma profissional de saúde, no último domingo (26), vítima do COVID-19 em Curitiba. Valdirene Aparecida Ferreira havia trabalhado no Hospital Marcelino Champagnat como enfermeira até o dia 27 de março, e estava internada a aproximadamente um mês na UTI do Hospital Onix. Mesmo sendo considerada parte do grupo de risco por ser diabética, ela enfermava na linha de frente para o auxílio de pacientes com corona.

Em nota, o Hospital Marcelino Champagnat divulgou: “a colaboradora recebeu todos os recursos disponíveis para a assistência e comunicação com a família. Informamos também que o Hospital faz uma triagem de todos os seus colaboradores, tomando medidas extras para proteger àqueles enquadrados nos grupos de risco como afastamento e mudança de local de trabalho, de acordo com o Ministério da Saúde. Valdirene dos Santos participava de avaliações médicas ocupacionais e as informações pertinentes ao seu quadro clínico e o seu prontuário fazem parte do sigilo médico e não podem ser divulgados.”

A Associação Paranaense De Enfermagem (APENF) lamenta a morte da técnica de enfermagem, em nota publicada no Facebook, a presidente da associação Rita Franz, diz que a morte de Valdirene é avassaladora. “Cada número para nós tem rosto, nome, família. Estamos na linha de frente no combate a um vírus que pouco sabemos a respeito”.

 

Profissionais da Saúde Infectados 

O estado do Paraná confirmou no último boletim (27) o total de 1.186 casos confirmados do novo Coronavírus, mas não especifica quantos desses são profissionais da área da saúde.

Filha da enfermeira infectada pelo COVID-19, Lucimara Alves, que está incapacitada de dar entrevista por estar debilitada fisicamente. A mulher que é enfermeira a mais de vinte anos, trabalha atualmente no hospital particular Sugisawa e começou a sentir os primeiros sintomas no dia 22 de abril e obteve o resultado positivo apenas no último domingo (26). Segundo a filha, o hospital estava tomando todas as medidas possíveis para prevenção.

“Receberam várias instruções no começo e foi se intensificando. Quando saia do hospital tinha que tomar banho com um produto a base de álcool, quando chegava em casa tinha que entrar pela lavanderia e tomar outro banho, as roupas eram lavadas em máquinas separadas das nossas”, contou. “Os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, mas mais fortes. Muita dor de cabeça, dor no corpo, muito cansaço e indisposta”, complementou. E finalizou dizendo que mais cinco profissionais do hospital contraíram o vírus e um passou pelo processo de intubação.

 

Cuidados necessários com os profissionais da Saúde 

Os profissionais da saúde, mais especificamente, os enfermeiros são os principais na linha de frente no combate ao novo Coronavírus e é importante que os cuidados sejam redobrados. Seguem algumas indicações:

As vestimentas dos profissionais de saúde, estão expostas ao ambiente dos serviços de saúde que a depender do local e atividade desenvolvida pode ser contaminado. Para evitar a disseminação da cadeia de contaminação, é necessário que haja uma manipulação adequada da vestimenta após o seu uso, processamento da vestimenta de forma correta e também a adesão às práticas de biossegurança, como a higienização das mãos. Além disso, é preciso discutir com os profissionais da saúde, acerca da temática da biossegurança, segundo as normas de segurança do Ministério da Saúde.

 

Últimas atualizações do COVID-19

De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Paraná, publicado no dia 27 de abril, o Estado tem 1,186 casos confirmados, 76 óbitos e 753 recuperados. Já no município de Curitiba, são 414 casos confirmados, 16 óbitos e 360 recuperados até o momento.É importante ressaltar as medidas preventivas: Se possível fique em casa, ao sair use máscaras, higienize bem as mãos, evite entrar em contato com objetos e levar as mãos ao rosto.

  

Autor