Corpo perfeito não é sinônimo de boa saúde

por Suporte Labcom
Corpo perfeito não é sinônimo de boa saúde

“Muita dor me garante satisfação.
Faço oito refeições por dia e treino seis vezes por semana.
Quando eu não vou ao treino, me sinto mal”

Por Ana Beatriz Villas Bôas, Bruan Mazanek e Fernanda Novaes

 

O exagero na busca pro um corpo perfeito pode resultar em problemas à saúde e um desses males é a vigorexia, um transtorno psicológico que ocorre quando o volume e a intensidade de exercício físico praticado por um indivíduo excede o limite saudável do corpo. A doença atinge principalmente o sexo masculino.

A médica Elis Wichert define a vigorexia como “a doença que afeta a forma como a pessoa vê seu próprio corpo. No caso da anorexia, o paciente se vê mais gordo. Na vigorexia, o indivíduo se acha fraco ou muito magro”.

O vigoréxico usa de todos os artifícios possíveis, como anabolizantes e esteroides, substâncias compostas por hormônios masculinos, testosterona e sintéticos, tudo para alcançar seus objetivos. Além disso, essas substâncias ajudam a aumentar a força física e o desempenho esportivo, já que o vício pelo exercício permanece.

“Muita dor me garante satisfação. Faço oito refeições por dia e treino seis vezes por semana. Quando não vou ao treino me sinto mal”, afirma o estudante Eduardo Smanhotto, 18 anos. O jovem faz parte de várias comunidades virtuais como “Treine Insano ou continue o mesmo” e “Bonde de Maromba”. Nesse grupos existem várias imagens que apelam ao treino intensivo e sem orientação, exaltando a prática da vigorexia como correta e como um objetivo a ser alcançado.

TRATAMENTO

O endocrinologista Fábio Francisco Gomes afirma que essa é uma doença de difícil diagnóstico, porque a maioria da população não tem consciência de que o aumento de atividade física pode se transformar em um transtorno. “O doente vê essa prática de exercícios como uma necessidade e, geralmente, a família acredita que é apenas um capricho”, reitera o médico.

“É preciso levar em conta que a vigorexia pode surgir a partir de uma compensação aos sentimentos de inferioridade e timidez podendo ser acompanhada de severa ansiedade, depressão, fobias e atitudes compulsivas e obsessivas”, destaca Leila Franco, psicoterapeuta, que enfatiza também a necessidade de tratamento médico, psicoterápico e nutricional.

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