Concorrido em outras Regionais, MusicaR Cajuru ainda tem vagas a disposição

por Rafael Coelho
Concorrido em outras Regionais, MusicaR Cajuru ainda tem vagas a disposição

Projeto Musicar na rua da cidadania do Cajuru. Curitiba, 23/08/2019. Foto: Luiz Costa /SMCS

Programa municipal de música atende gratuitamente 305 crianças por semestre em Curitiba

Por Lorena Rohrich, Marina Geiger e Rafael Coelho

O Cajuru não vem atingido o número disponível de vagas para alunos no MusicaR, ao contrário das demais regionais que possuem lista de espera. Dessa forma, o governo reabriu as inscrições  nesta regional afim de incentivar os jovens a participar. projeto é da rede municipal e oferece a adolescentes entre 7 e 15 anos aulas gratuitas de música desde 2017. Atualmente a iniciativa já leva música para 305 crianças todo semestre e é ofertado em sete das dez regionais de Curitiba: Tatuquara, Pinheirinho, Cajuru, Boqueirão, Bairro Novo e agora Portão e Santa Felicidade.

As atividades integradas disponíveis no projeto são: canto coral, percussão corporal, instrumentos musicais, brincadeiras musicais, construção de instrumentos e apreciação musical ativa. O MusicaR  Cajuru fica localizado na Rua da Cidadania e conta com a ajuda de dois professoras, Cristiane Alexandre e Marisleusa de Souza Egg, e um assistente, Gabriel Mendes da Cruz. As aulas acontecem nas terças e sextas feiras, das 9h às 11h30 ou das 14h às 16h30. 

Segundo Souza, que orienta as atividades de canto e percussão corporal, não é necessário experiência musical ou algum pré-requisito para participar do projeto. “Basta que a criança ou adolescente tenha vontade de se desenvolver musicalmente”, diz a professora. A inscrição é realizada por um responsável legal, que deve se dirigir à fundação cultural da regional para preencher um formulário impresso, automaticamente o aluno está inscrito. A professora conta que ao contrário das outras regionais, que possuem lista de espera para os adolescentes participarem, o MusicaR Cajuru. “Não sei se os pais não têm tempo de levar ou se é uma falta de interesse dos alunos.” Os coordenadores do projeto estão mapeando a melhor forma de se aproximar e chamar o público. 

De acordo com Marisleusa Souza, todas as atividades praticadas proporcionam um desenvolvimento aos alunos. A prática corporal trabalha com a lateralidade do aluno e a direção sonora desenvolve a audição. Além disso, a audição ativa forma adolescentes apreciadores da música e bons ouvintes. 

Músico e pai de duas meninas que participam do projeto MusicaR no Cajuru, Marcelo Franco, defende que a musicalização é muito importante para as crianças já que estimula a criatividade. Para ele, a música tem o poder de ajudar no aprendizado das crianças e serve como terapia. Franco afirmou que as filhas sempre conviveram em um ambiente de musicalização e que as meninas gostam bastante do MusicaR. 

Cabelereira e mãe de uma participante do MusicaR na Rua da Cidadania do Tatuquara, Cris Cândido, aprecia muito o projeto de musicalização e disse que sua filha gosta muito também. “Às vezes as crianças ficam largadas por falta de conhecimento e divulgação, porque tem muita coisa legal no bairro”, afirma. 

O resultado do trabalho e aprendizagem pode é demonstrado com apresentações que ocorrem todo fim de semestre. Inclusive na comemoração do Natal Luz dos Pinhais realizado pela Prefeitura de Curitiba.

 

 

Especialista afirma que musicalização é essencial para o desenvolvimento das crianças 

 Especialistas da música e psicologia apostam cada vez mais na musicalização como impulsor do aprendizado de crianças e adolescentes. Segundo eles, a interação musical na infância ajuda no desenvolvimento da cognição, que auxilia na criatividade, memória, mobilidade e concentração. As atividades que envolvem música ainda garantem um aumento da percepção corporal e da coordenação motora, o desenvolvimento da fala e do vocabulário, através do canto. Além disso, favorecem a compreensão da sonoridade e associação da musicalidade. 

Doutoranda em Musicologia da UNICAMP e professora de Psicologia dos cursos de comunicação da mesma instituição, Viviane Alves Kubo, cita que existem diversos estudos atualmente que comprovam como a música tem uma atuação no cérebro de forma muito diversa do que outros estímulos auditivos por exemplo, então a música tem a capacidade de ativar regiões cerebrais que outros sons não conseguem. Ela aponta que a música tem uma organização, aspecto emocional e estético, que unifica de certa forma os dois hemisférios cerebrais, melhorias no processo de aprendizagem e de sociabilidade. A música ensina novas formas pro cérebro de se pensar e interagir com o mundo, sendo um estimulo tão diferente em comparação a outros estímulos, a psicologia entende que pode ser um tratamento muito importante em diversas condições. Favorece o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado, tanto ouvindo quanto tocando e fazendo música mobiliza diversos aspectos essenciais para desenvolvimento cerebral tanto na infância quanto na adolescência, na adolescência tem uma questão social e na expressão de emoções 

Professora de piano, musicalização e canto da escola 7notas Escola de Música, Silvana Medeiros Betini, acredita que o incentivo à música leva as crianças e adolescentes a se expressarem como seres sociais. Segundo ela, a educação musical desenvolve a área neurológica das crianças/adolescentes e estimula a conexões com o mundo. “[A educação musical] resulta em melhor desempenho nas áreas da linguagem, matemática, refletindo o momento histórico, estético, espaço geográfico e provocando o pensamento filosófico.” Betini tem dois filhos, 12 e 17 anos, e os criou nesse ambiente por entender que a música potencializa um olhar humano e social. “Além do cognitivo que proporcionaria maior desempenho acadêmico”, acrescenta. 

Doutoranda em Música com ênfase em musicologia, Márcia Kaiser, trabalha com adaptações de clássicos musicais para parlendas e cantigas de roda. Acredita que a música, além de contribuir com o enriquecimento cultural, contribui pra o aprendizado de disciplina e respeito.

 

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