Transferência de Cunha deve acontecer ainda nesta semana

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante entrevista coletiva, fala sobre regra para aposentadoria (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ex-deputado federal solicitou a transferência para o Rio de Janeiro para cumprir pena perto da família
Por Lorena Rohrich
A Justiça Estadual do Paraná autorizou, na última quarta-feira (29), o pedido de transferência do ex-deputado federal Eduardo Cunha para o Rio de Janeiro, solicitado há um mês. De acordo com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR), a escolta será realizada pela Policia Federal, mas ainda não há uma data prevista para a ação nem detalhes sobre o presídio que o ex-deputado será encaminhado.
A decisão foi tomada pelo juiz Ronaldo Sansone Guerra, que acompanha o cumprimento da pena de Cunha, condenado em 2017 pelo processo da Lava Jato. Outros pedidos de transferência já haviam sido negados anteriormente, mas o advogado do ex-deputado, Rafael Guedes, entende que o momento era propício para efetuá-lo novamente. “Não há nenhuma ação que ele responde mais na Justiça Federal de Curitiba, na 13° vara. É por esse motivo pelo qual pedimos a transferência dele”. Segundo Guedes, a ação que condena Cunha a 14 anos e 6 meses de prisão já está sendo encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STF).
Segundo o despacho assinado pelo juiz, publicado no sistema da Justiça do estado do Paraná, foi reconhecido o direito de cumprimento de pena próximo ao meio social do sentenciado. O advogado de Cunha afirmou que o pedido não foi feito para que o ex-deputado tivesse alguma regalia, mas, sim, para permitir que cumpra a pena perto da família.
Eduardo Cunha foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, em março de 2017, pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção, mas recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região para diminuir a pena para os 14 anos e seis meses. O ex-deputado cumpre a sentença no Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Os procuradores do Ministério Público Federal afirmam que Cunha recebeu um pagamento de propina de cerca de U$ 1,5 milhão, em um negócio envolvendo a compra de direitos de participação na exploração de um campo de petróleo na República do Benin, na África, pela Petrobras.