Incentivo às categorias de base em Curitiba atrai jovens atletas aspirantes ao futebol profissional

por Gabriel Fabro de Paiva
Incentivo às categorias de base em Curitiba atrai jovens atletas aspirantes ao futebol profissional

Muitos jovens são direcionados às equipes aspirantes para adquirirem experiencia                           

Por Gabriel Fabro

Os jogadores das categorias de base têm o sonho de jogar futebol profissionalmente, mas nem todos conseguem chegar aos times principais por fatores como lesões e a má relação com os empresários. O cuidado das equipes com os atletas é importante para a melhor adaptação e a maior possibilidade de conquistarem seu espaço nos times profissionais.

A respeito das principais vivências dentro da base, o radialista e repórter esportivo Jairo Jr diz que o clube que melhor aproveita os jogadores de outras categorias é a equipe athleticana: “alcançou um patamar financeiro que permite dar chance e o tempo necessário para a transição dos garotos entre a base e o profissional. Além disso, a estrutura que o Athlético possui favorece seus jogadores”.

Ainda sobre as condições na base, o radialista diz que as situações dos principais rivais, Coritiba e Paraná Clube, são semelhantes entre si. “A dificuldade financeira no Coritiba faz o clube queimar etapas, com isso a paciência é menor, pois existe uma pressão por resultados imediatos”. Ele diz que as categorias do time são boas, mas o processo de transição é falho. Quanto ao time paranista, Jairo comenta que sua principal preocupação é a falta de suporte aos jovens, e que a necessidade do time subir faz com que os garotos percam seu espaço”.

Jairo também comenta que outro fator prejudicial para esses jovens são os seus próprios empresários, que influenciam muitos jogadores de modo negativo, estragando a carreira daqueles que ainda não têm o preparo psicológico ideal.

Muitas escolas da cidade têm parcerias com clubes grandes. Vinicius Fagundes, professor e coordenador da escola de futsal Baldan (localizada no bairro Sítio Cercado) e vinculada com o Clube Athletico Paranaense, contou sobre a rotina dos jogadores que vão para a base. Ele diz que a partir da identificação do talento a escola prepara o atleta de maneira diferente, aumentando carga de horário de treinos e mudando a rotina nutricional por exemplo.

O coordenador diz que depois da identificação é preciso conversar com a família e com o menor de modo diferente, para desde o início o jovem trabalhar o lado psicológico. Outro fator que vale lembrar é o de que todas as escolas treinam os jogadores com o perfil do clube, e quando estão na época de transição participam de eventos com a base do clube para uma melhor adaptação.

Fagundes complementa dizendo que, além do preparo como jogador, a intenção das escolas de futebol e do clube é a formação de cidadãos e não apenas visando o lado esportivo, mas também o lado social.

O coordenador técnico da empresa de preparo de atletas Cofsports, Cleverson Fratoni, explica sobre o projeto que apoia jovens atletas: “ajudar crianças a realizarem seus sonhos ou apenas praticarem um esporte”. O coordenador diz que é muito difícil tornar-se jogador e que os jovens devem estar preparados para as cobranças nos times profissionais, mas não esquecendo o lado social de cada um.

O ex-jogador da base do Paraná Clube, Emanuel Costa diz que na base a rotina de treinos é forte “uma rotina pegada, a pessoa tem que estar pronta”. Ele diz que os atletas são orientados a abrir mão de algumas coisas para seguir a rotina de treinos. Ele ainda diz que quando as pessoas próximas a você apoiam suas decisões, é mais fácil conquistar seus objetivos.

 

O Lado maldoso do futebol

Má índole dos representantes prejudica seus jogadores

Apesar do sucesso de muitos jovens nas escolinhas de futebol e nos clubes, nem tudo é como se imagina. Fora das quatro linhas os garotos devem cuidar de seus compromissos pessoais e profissionais. Na maioria das vezes, o lado de suas carreiras é organizado e orientado por empresários, mas nem todos empresários são totalmente transparentes.

Para o radialista Jairo Junior, o principal fator que atrapalha estes jovens são seus próprios representantes, “os empresários dizem aos meninos que eles são os melhores e que jogarão em grandes equipes do país e do mundo”. Assim acabam criando altas expectativas para os que estão começando a carreira e não estão garantidos no profissional.

O coordenador da escola de futsal do Athlético, Vinicus Fagundes, lembra que é importante ter cautela com os empresários no meio futebolístico: “tem que ter cuidado, porque têm muitas pessoas que agem de má fé”. Fagundes ainda lembra a importância do diálogo entre família e escola para saberem como proceder.

O ex-zagueiro da base do Paraná, Emanuel Costa, vê a cultura dos empresários no Brasil como algo prejudicial aos jogadores, pois muitos atletas ganham espaço nos times graças aos seus representantes.

Emanuel Costa em treino físico com seus companheiros de equipe

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