“Não recomendado” deixa mensagem de respeito aos transgêneros

por Fatos
“Não recomendado” deixa mensagem de respeito aos transgêneros

O título da peça vem da música “Não recomendado” do cantor Caio Prado.

Por Daniela Alves Pinto e Sabrina Ramos

A peça “Não recomendado” estreou neste sábado (30) no Teatro Paulo Autran. Está entre as atrações Fringe do Festival de Teatro de Curitiba e retrata de forma intensa o drama vivido por pessoas transgênero.

A apresentação começa com uma cena fora do palco, na qual mostra a violência sofrida por pessoas trans fazendo alusão ao caso Dandara, travesti que foi brutalmente assassinada em fevereiro de 2017. No palco, o espetáculo inicia trazendo estatísticas sobre a expectativa de vida das pessoas transgênero e nomes de vítimas da transfobia representados no figurino dos personagens.

A atração contém falas curtas e impactantes, muita música e coreografias. A sonoplastia da peça é produzida ao vivo, por quatro músicos juntamente com o desenrolar da peça.

O texto é do carioca Arthur Firmino, homem trans, fotógrafo e estudante de teatro, que definiu como “dolorido” escrever a peça. “Mais difícil do que falar de mim e do que eu passo, é falar de quem morre todos os dias” conta o autor sobre as dificuldade em produzir “Não recomendado”.

A direção é de Lucas Cardoso, professor no Teatro Lala Schneider, que enfatiza a necessidade de discutir o tema. “Eu acho que não preciso ser transgênero para dar as mãos e defender” fala o diretor sobre como surgiu a ideia da peça.

O espetáculo tem como objetivo atingir de maneira instigante o público trazendo questionamentos e conscientizando sobre como podemos ajudar e dar o lugar de fala às pessoas transgênero.

“Não recomendado” continua em cartaz até o próximo domingo (7), cada apresentação traz um convidado diferente para contar sua vivência como pessoa transgênero.

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