Inverno agrava doenças de pele; veja como se prevenir

por Franz Fleischfresser de Amorim
Inverno agrava doenças de pele; veja como se prevenir

Atos comuns praticados na estação, como tomar longos banhos quentes e fazer pouca ingestão de água, podem fazer mal à pele

Por Franz Fleischfresser e Isabela Lemos

Cada tipo de pele reage diferentemente às mudanças climáticas, no entanto, é essencial que os cuidados com ela sejam contínuos em qualquer estação, principalmente no inverno, época do ano em que podem surgir ou agravar doenças de pele, como as dermatites atópica e seborreica. Entre os fatores que agravam a ocorrência de doenças dermatológicas nesta estação está a falta de oleosidade natural da pele, que acaba por diminuir a proteção contra a poluição e bactérias. O que contribui para isso são também os banhos quentes, que ajudam a ressecar ainda mais a pele.

A procura por produtos voltados à pele aumentou no Brasil nos últimos anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Entre as categorias de produtos que estão crescendo no mercado, os voltados para a pele saíram da 7ª posição em 2008 para a 5ª em 2013. Um dos líderes de procura são destinados à hidratação da pele, essenciais principalmente nesta época do ano.

Para a dermatologista Ewalda Seeling Stahlke, os cuidados com a pele são muito importantes no inverno por causa da maior desidratação causada pelo ressecamento do ambiente. O uso de hidratantes, o consumo de pelo menos dois litros de água por dia, banhos não muito quentes e a aplicação do filtro solar são algumas das recomendações da doutora. “Apesar de a radiação diminuir, a utilização de protetor solar deve ser contínua, ainda mais quando as pessoas vão a altitudes mais elevadas. A única coisa que pode mudar é o nível do protetor”, explica Ewalda.

O número de pacientes continua praticamente o mesmo no inverno, a única diferença são os problemas, explica a médica. Os pacientes aparecem mais devido ao ressecamento da pele, onde os extremos normalmente ficam mais secos; a dermatite atópica e seborreica; os eczemas; a ictiose; e a psoríase são as doenças que mais se agravam com a chegada dos meses de junho, julho e agosto. “A pessoa que tem dermatite atópica normalmente já tem a pele um pouco mais seca, e devido ao consumo de certo alimentos, como o leite e o chocolate, a doença acaba se agravando. A dieta com frutas e principalmente com cítricos é a melhor solução nesse caso”, recomenda a doutora.

A hidratação é um dos cuidados essenciais para a melhora da pele nesta época do ano, afirma o dermatologista Emerson Quemelli. Ele explica que mesmo que incomodem, hidratantes com consistência mais grossa têm uma longa duração na hidratação. Quimelli também alerta sobre a doença que é mais comum no inverno e pode vir a assustar as pessoas – por não terem conhecimento do que se trata – chamada de Perniose ou Fenômeno de Raynauld. Ela se trata de uma alteração vascular que, devido ao frio, acaba diminuindo a circulação de sangue nas extremidades e criando um arroxeamento numa região da pele.

Neste caso, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. A estudante Maria Rita de Oliveira sente o reflexo das alterações do clima na pele. Além da pele ficar mais ressecada do que o normal, ela sofre de dermatite, que acaba se agravando no tempo frio. “As marcas e bolhas que surgem com a dermatite dão nas regiões do peito, braços e pernas. Tenho também tendência a ter mais alergia no rosto nesta estação do ano”, relata a estudante. As crises alérgicas acabam se acentuando no inverno também. Para Maria, as doenças de pele duram muito mais no inverno do que no verão, época em que somem mais rapidamente.

Apesar da frequente ausência do sol, Maria Rita faz o uso do filtro solar diariamente no rosto para também ajudar a não deixar marcas de manchas, devido à alergia causada no inverno. Além disso, aplica uma pomada recomendada pelo médico dela para diminuir o ressecamento da pele e evitar a dermatite. Segundo ela, a visita ao dermatologista não pode exceder os três meses regularmente, caso contrário, os problemas de pele acabam se agravando e o tratamento torna-se ainda mais longo.

Outro caso que se agrava com o inverno é a foliculite, doença comum caracterizada pela inflamação de pelos, que acaba gerando marcas vermelhas e roxas ao longo da pele. A estudante Lara Borges afirma que a pele chega a ficar em alto-relevo devido ao clima frio. “Durante o verão, ela some totalmente porque tomo bastante sol. O cuidado que eu tenho é de passar creme hidratante nas pernas, mas não gosto muito porque gruda nas peças de roupa”, explica a estudante.


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