Dia das favelas: entenda a importância do dia para as comunidades de Curitiba

Dia das Favelas abre espaço para que a população volte o olhar para as comunidades da cidade
Por: Millena Lechtchechen | Foto: Campanha Despejo Zero
Nesta segunda (04), celebra-se no Brasil o dia das favelas. Promovido pela ONG Central Única das Favelas (CUFA), o dia tem como objetivo reconhecer e valorizar as contribuições das comunidades de favelas para a cultura e a economia no Brasil, além de conscientizar a sociedade sobre os desafios enfrentados por essas comunidades.
Curitiba conta com uma porção considerável de pessoas dependentes de moradias irregulares. Segundo a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), a capital paranaense tem um déficit habitacional de mais de 90 mil moradias e conta com 322 favelas espalhadas na cidade, abrigando cerca de 43.461 famílias. Outras 7.400 famílias moram em um dos 93 loteamentos irregulares da cidade.
Ainda sobre o estudo da Cohapar, cerca de 58.781 famílias estão na fila em busca de uma casa popular da companhia, destacando a urgência da demanda por moradias na cidade.
No bairro Uberaba, em Curitiba, vive a comunidade 4 de novembro. A ocupação surgiu há dois anos na rua Capitão Leônidas Marques e luta constantemente contra o despejo. Muita gente da comunidade vem da própria região. Pessoas que nasceram em outras ocupações, caso da Icaraí, e cresceram, viram o mesmo terreno vazio durante décadas e resolveram ocupar. Até o momento não há registros no site da Cohapar sobre planos para as pessoas que moram nessa ocupação.
Hoje, a comunidade é feita de construções, cozinhas comunitárias, espaço para receber doações, além de assembleias periódicas entre os moradores. Recebe apoio de outras ocupações locais em uma mostra de solidariedade na prática entre comunidades.
Outra ocupação do Uberaba luta constantemente contra o despejo, a comunidade 29 de Janeiro foi uma das que sofreram com o risco do despejo. Com o apoio da campanha Despejo Zero no Paraná, várias pessoas foram às ruas em Junho para lutar contra as ameaças da prefeitura.
Assegurado pela Constituição Federal de 1988, o direito à moradia é uma competência comum da União, dos estados e dos municípios. A eles, conforme aponta o texto constitucional, cabe “promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico”. Segundo o IBGE, em 2023 havia no Brasil 11.403 favelas, onde viviam cerca de 16 milhões de pessoas.