Oktoberfest simboliza influência alemã na formação cultural de Curitiba

por Ana Maria Marques
Oktoberfest simboliza influência alemã na formação cultural de Curitiba

Com as festividades tradicionais acontecendo, Curitiba representa impacto germânico na construção de um país multicultural

Por: Ana Maria Marques, Isabela Borges e Millena Lechtchechen

Com 200 anos de imigração alemã e a temporada de eventos de OktoberFest em outubro, a cultura germânica evidencia sua forte influência na gastronomia, músicas e danças da capital paranaense.

Neste ano, a imigração alemã atingiu o marco de 195 anos no Paraná e 200 anos no Brasil no dia 25 de julho. Nos dias atuais, algumas tradições ainda são preservadas pelos descendentes desses imigrantes, valorizando danças, tradições e, principalmente, o consumo de cerveja.

A Cervejaria Maniacs Brewing reuniu as tradições e cultura alemã na quinta edição do evento Oktoberfest, que aconteceu no dia 22 de setembro. A proprietária Fernanda Ballan evidencia a importância das cervejas artesanais para a conservação cultural. “A Oktoberfest faz muito bem o papel de conservar a cultura alemã fora da Alemanha, mas aqui na Maniacs, a principal função é de difundir a cerveja artesanal e acho esse um papel muito importante, porque o consumidor brasileiro está muito acostumado com cervejas industriais, então a partir do momento que a pessoa tem uma experiência, ela pode apreciar o chopp artesanal e manter a cultura alemã.”

Segundo o Centro Alemão de Ciência e Inovação de São Paulo (DWIH), cerca de 5% dos brasileiros são de origem alemã, compondo cerca de 10 milhões de pessoas. O grupo de dança folclórica germânica Original Einigkeit Tanzgruppe da Sociedade Thalia, representa a 30 anos uma parcela da população paranaense com origens alemãs, e que se empenha em manter as tradições vivas, com apresentações de dança tradicional. Do dia 18 ao dia 20 de outubro, o grupo se apresenta na Oktober Curitiba.

Os integrantes do grupo de dança, Salete Nadolny e Carlos Eduardo Nadolny, afirmam a dificuldade de conservar a cultura nos dias de hoje, mas que a união faz do grupo uma família disposta a manter viva as tradições germânicas.

Carlos Eduardo é descendente de alemães e dança há 43 anos. Para ele, é crucial que essas tradições sejam mantidas e passadas para as novas gerações. “O grupo é uma família e a família também participa do grupo, meus filhos participavam e as minhas netas participam hoje, então isso já vem de família, a gente ama e gosta muito da cultura e queremos preservar isso”

A língua como preservação cultural

A socióloga e professora de alemão, Ingrid Lenk, explica o impacto que o aprendizado da língua possui no papel de contribuição para a preservação cultural de um povo e suas tradições.

 

Imigração alemã no Paraná

Inicialmente, a imigração alemã no Paraná se iniciou em 1829, com a chegada de imigrantes na região do Rio Negro. Os primeiros alemães a chegarem eram originários de Trier, na região de Baviera e Bucovina.

A partir de 1878, alemães-russos da região de Volga se estabeleceram próximos à Ponta Grossa e Lapa. Em 1951, os imigrantes transferiram-se de Santa Catarina para o Paraná e fundaram a colônia Witmarsum, no município de Palmeira.

De acordo com a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, em Curitiba, os primeiros alemães se firmaram a partir de 1933, provenientes de regiões como a Morávia, onde hoje é a República Tcheca. Na Lapa, chegaram os alemães do Volga, região russa. Na Colônia Witmarsum, em Palmeira, estabeleceram-se os menonitas.

 

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