Mercado da moda se abre a modelos “plus size”

por Portal Comunicare
Mercado da moda se abre a modelos “plus size”

Cidades como São Paulo já têm agências especializadas no segmento.

Por Natalia Filippin

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Antes restrito a modelos magras, o mercado da moda está se abrindo a profissionais que vestem números maiores, as chamadas modelos “plus size”, que vestem manequim acima do 44. Embora Curitiba ainda não tenha uma agência especializada no segmento, cidades como São Paulo já apresentam essa tendência. Em nível mundial, o cerco a manequins excessivamente magras está se fechando.

Os designers de moda estão vendo um bom nicho no vestiário plus e investem em modelos do gênero para campanhas, marcas de roupa e passarela.Em São Paulo, a agência Plus Size São Paulo é exclusiva para as profissionais com esse perfil.

Concursos de beleza voltados a elas também estão ganhando popularidade. A Miss Plus Size Brasil 2014, Isabelle Campestrini, conta que a perspectiva de mercado tem melhorado, com o crescimento da demanda. Segundo ela, as empresas têm notado que existem muitas pessoas com manequim acima do 44, de todas as idades e estilos. “As pessoas com o ‘Plus’, sejam elas grandes ou acima do peso, também querem se vestir bem e estar na moda, Isso é um fator que ajuda na autoestima das pessoas”.

França aprova lei contra magreza excessiva

O Parlamento da França aprovou, recentemente, um projeto de lei que criminaliza a participação de modelos consideradas muito magras nos desfiles de moda e campanhas fotográficas. O intuito da lei é dissuadir essa prática, de modo a garantir que a saúde das pessoas e das modelos esteja protegida. As modelos com o índice de massa corpórea (IMC) abaixo de 18 serão vetadas, gerando multa média de 75 mil euros para as agências e até seis meses de prisão aos envolvidos nas contratações.

No Brasil, para que uma modelo exerça sua profissão legalmente, deve possuir registro profissional junto à Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Sindicato de Modelos e Ministério do Trabalho. Embora não haja fiscalização rigorosa no país, a cada três meses as agências de modelos costumam fazer avaliações das medidas, peso e altura das modelos. É feito o cálculo do IMC, cujo resultado é passado aos clientes e usado para controle da saúde das modelos. Caso estes não estejam de acordo, a modelo tem sua DRT retida e é impedida de trabalhar profissionalmente até que haja adequação. O Ministério da Saúde foi contatado pela reportagem, mas não de retorno para esclarecer os critérios de veto das modelos excessivamente magras.

Isabelle considera drástica a lei francesa e propõe a resolução da questão com mudanças culturais. A miss também questiona os critérios de avaliação da magreza, haja vista que uma pessoa abaixo do peso segundo o IMC pode ter uma ótima saúde e ser geneticamente propensa a uma magreza maior. “É necessário cada um entender que ninguém é igual a ninguém. Querer forçar as pessoas a serem o que não são é uma prática muito comum, mas errada. É importante aprendermos a cultivar o amor próprio, valorizando e respeitando aquilo que somos”, diz a Miss.

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