Mudanças de clima criam desafio extra no acolhimento de moradores de rua em Curitiba

Durante as primeiras semanas de agosto, a cidade viveu bruscas variações térmicas
Por Ana Vitoria Leal, Beatriz Agustini Carpes e Isabella Iglesias| Foto: Ana Vitoria Leal
A FAS e ONGs enfrentam problemas no auxílio aos moradores de rua em Curitiba, intensificados pelas variações térmicas e pela dependência alcoólica desta população. A cidade, conhecida por suas condições climáticas imprevisíveis e quedas bruscas de temperatura durante o inverno, tem enfrentado desafios adicionais devido às mudanças de temperatura.
Durante as primeiras semanas de agosto, a cidade viveu bruscas variações térmicas, resultando em um aumento na demanda por serviços de acolhimento em dias de frio intenso, enquanto a demanda diminui durante as ondas de calor. Adriana Ribeiro, assessora de imprensa da FAS, aponta que “os moradores de rua não veem como necessidade passar apenas uma noite de frio sendo que na próxima já vai estar calor, porque muitos tem dependência alcoólica”.
Nos meses do inverno, a Fundação de Assistência Social intensifica suas atividades através da Rede de Proteção para pessoas em situação de rua em Curitiba, incluindo programas como Mesa Solidária, Acolhimento, Acesso, Consultório de Rua e Qualificação Profissional. De acordo com Adriana, “a chegada repentina de frentes frias coloca em risco a vida daqueles que estão desabrigados, e é nossa responsabilidade garantir que ninguém fique desamparado neste momento crítico.”
Apesar da importância do trabalho da FAS, a organização enfrenta desafios significativos, como o crescimento da população em situação de rua e a constante necessidade de recursos. “A demanda por assistência é crescente, e contamos com a solidariedade da população para continuar esse trabalho”, afirma a assessora.
Além de Prefeitura de Curitiba, o grupo “Rango de Rua” também realiza ações de apoio nas ruas de Curitiba. O grupo é uma iniciativa laica organizada por seis amigos, com o objetivo de auxiliar o maior número possível de moradores de rua, fornecendo marmitas, agasalhos e cobertores. O projeto produz mais de 200 marmitas todas as sextas-feiras e conta com mais de 100 cobertores arrecadados.
Fernando Moraes, um dos voluntarios, ressalta que “é fundamental que todos saibam que não estão sozinhos. Nossos voluntários estão as sextas-feiras nas ruas todas as noites, não apenas distribuindo itens essenciais, mas também oferecendo palavras de conforto e apoio.”
As previsões climáticas indicam a volta de dias de frio intenso, o que ressalta necessidade da colaboração da sociedade para a realização desses projetos. A FAS, o Rango de Rua e seus voluntários permanecem empenhados em Curitiba, reafirmando seu compromisso com os segmentos mais vulneráveis da população.
Confira depoimento de voluntária do projeto Rango de Rua: